De acordo com o Censo Demográfico 2022, o Brasil tem mais de 1,3 milhão de quilombolas; No Tocantins, 12.881 pessoas se autodeclaram quilombolas.
Aconteceu nesta quinta-feira (27) o lançamento oficial dos dados demográficos da população quilombola do Brasil. De acordo com o Censo Demográfico 2022 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, há 1.327.802 quilombolas, o equivalente a 0,65% de toda a população residente no país.
Essa é a primeira vez que a população quilombola é incluída como grupo étnico populacional na pesquisa, uma das conquistas mais significativas para o movimento quilombola.
No Tocantins, 12.881 pessoas se autodeclaram quilombolas. Do número total, 1.328 (10,3%) viviam em territórios quilombolas delimitados e 11.553 (88,7%) fora deles. O município de Mateiros-TO, localizado na Região do Jalapão, está entre os 10 municípios brasileiros com maior número de pessoas residentes que se autodeclaram quilombolas (43,30%).
Segundo o IBGE, no Tocantins, das 44 comunidades, apenas seis (06) possuem a delimitação do território reconhecida pela União, são eles: Grotão, Cocalinho, Ilha de São Vicente, Barra do Aroeira, Lajeado e Kalunga do Mimoso.
Ainda de acordo com a pesquisa, dos 5.568 municípios do Brasil, 1.696 possuem população quilombola. Desse número, apenas 326 municípios têm quilombos delimitados. Apenas 4,3% da população quilombola reside em territórios já titulados no processo de regularização fundiária. Os Territórios Quilombolas oficialmente delimitados abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas.
A coordenadora Administrativa da COEQTO, Maryellen Crisóstomo, que atuou na comunicação estratégica do Censo Demográfico de 2022 como consultora do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA/Brasil), comemorou a conquista e avaliou que os dados representam um importante avanço para que a população quilombola possa demandar junto aos órgãos governamentais políticas públicas específicas.
“Hoje nós temos o número de pessoas quilombolas e a informação de onde estão essas pessoas, e isso faz com que a gente tenha ferramentas necessárias para fazer a demanda da política pública, sobretudo da demarcação territorial. Mais de 80% da população quilombola do Brasil está fora de território demarcado, isso significa que a política fundiária precisa avançar. A política de demarcação territorial precisa ser prioridade para garantir outros direitos para a população quilombola do Brasil”, destacou Maryellen.
Além dos quantitativos populacionais e de domicílios, os dados do Censo 2022 também trazem informações sobre as condições em que vivem as pessoas quilombolas no Brasil, como acesso à educação, ao saneamento básico, ao mercado de trabalho e rendimento.
Confira os dados completos da pesquisa no Link.